Em 04.03.12
Nossa primeira noite em que cada uma dormiu em seu quarto, separadas. Um ato que parece tão simples, mas que é complicado para muitas mães: ficar longe da cria. Antes de eu engravidar (a gente sempre tem palpites quando ainda não tem filhos), eu pensava sobre este assunto. Eu achava que desde os primeiros dias faria assim, no entanto foram necessários 3 meses para te permitir crescer.
E não é falta de amor, Laura, a mãe te ama demais!!!! É liberdade!! Quando viemos para casa, alguns dias dormias no carrinho ao lado da cama, outras vezes, você dormia comigo na minha cama e outras ainda, e que vinha acontecendo até ontem, você dormia no seu berço e eu no sofá cama no seu quarto.
E, pensando em ti, me encoragei a dormir no meu quarto e te deixar no teu berço, a pouco mais de 4 metros de mim. Segurança é o que temos a ganhar uma da outra. Tu ganhas o teu espaço, nesse simbolismo do teu berço e do teu quarto e a mamãe ganha coragem em te ajudar a crescer. É a confiança começando a nascer na nossa relação. Esse espaço de lar dividido entre mim e ti. Se precisares é só chamar, assim como o fizeste. Eu estou e estarei aqui ao teu lado.
Penso que o medo maior é achar que não vamos escutar o bebê; mas a natureza é sábia. O sentido da audição fica apuradíssimo (o que já acontece na gestação). Eu escuto teu ressonar mesmo com o maior barulho, mesmo com o som que vem alto ali do Patuá, um boteco perto da nossa casa. Já estou no teu quarto quando emitis os primeiros sons ao acordar.
Essa ligação é incrível. Uma das sensações da maternidade que mais me emociona. Encontrei uma explicação num livro espírita que estou lendo.
“(...) porque é a mãe que nos gera. Ao nos gerar, ela nos propicia a existência momentânea no corpo, da mesma forma que Deus nos gera a existência espiritual. Dividi conosco as suas emoções mais íntimas durante toda a gestação.
(...) Essa ligação energética espiritual é tão forte que perdura até aos sete anos de vida da criança, por uma espécie de cordão umbilical fluídico que une intensamente o filho à mãe. (...)
(...) A criança, ao sair do útero da mãe, não tem mais a ligação física, mas continua existindo a ligação psíquica e perispiritual.
Isso explica muitos fenômenos que acontecem entre as mães e seus filhos recém-nascidos. O filho dá um espirro e ninguém mais ouve, a não ser a mãe. Ela pode estar em um sono pofundo, mas capta qualquer necessidade da criança. (...)”
E você, minha vida, é corajosa.
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