Já vivi tantos papéis, Laura. Já liderei grupos, já pintei a cara para mostrar que na política não pode ter espaço para a corrupção. Quebrei paradigmas por onde passei, e sofri por isso, não que estivesse errada, simplesmente não era compreendida. Já eduquei o filho dos outros e a eles dediquei o melhor de mim. Já fui tia, dinda, parceira e companheira.
Também já construi uma profissão sólida e um papel importante na vida das pessoas que de mim dependem. Já tive a oportunidade de brigar pelo meu espaço, pelo espaço dos meus fazeres, lutando por uma categoria agregadora e forte. Já lutei por melhorias salariais, por reencontros e despedidas. Já corri muito atrás do tempo: tempo pra estudar, trabalhar e viver.
Em todos estes papéis fui um mulherão. Desde a alegria de terminar o colégio e a euforia de entrar na faculdade, vendo meu nome no listão dos aprovados numa das melhores e mais concorridas faculdade do Brasil, até a formatura. Sempre a coragem e a fortaleza feminina estiveram presentes. Em todos os momentos de escolha, essa fibra estava ali, não me deixando cair, nem desistir.
Já casei, já descasei, também já tive que reconstruir e me encontrar. Já busquei no outro o que me faltava, mas também nele deixei o que eu tinha de mais valoroso. Já me alegrei ao superar um derrota, de vencer um obstáculo e de acertar o caminho. Já mandei a tristeza embora milhares de vezes, porque eu precisava continuar. Já amei loucamente.
Já viajei para muitos lugares, conheci culturas e pessoas diferentes; já senti emoções intensas descendo as enormes montanhas russas dos parques da Disney. Já me emocionei com a bondade alheia e com os gestos de caridade que a sociedade consegue demosntrar no meio de tanto egoísmo e de tanta ganância. Já chorei por receber um muito obrigado quando era meu dever fazer aquela ação.
Já me emocionei com a música e com a arte; já sorri muito no nascimento dos sobrinhos e na confraternização da família. Já chorei com a perda de pessoas amadas e entendi o que isso significava no ciclo da vida. Já dei colo pra tanta gente e emprestei o ombro tantas vezes. Colhi frutos e algumas vezes me espetei nos espinhos.
Mas em momento algum fui tão mulher quanto na gestação e nessa experiência de ser mãe. Eu estava linda!!
Foi essa experiência que me fez uma maluca, que falava “sozinha” dentro de casa, porque, sim, eu conversava muito com você. Só essa experiência me mostrou o amor incondicional. Só essa descoberta pode me proporcionar exercer muitos papéis e ainda assim querer estar num só lugar: perto de você.
Se eu já era um mulherão, pela força que eu aprendi a ter na minha vida, mesmo nos momentos mais delicados, agora, faço jus a esse conceito.
A mulher tem a força de um tornado e a doçura de uma serenata. Encontramos nela o empurrão para a vida e o porto seguro. Os braços e abraços não têm a potência dos homens, mas tem a fofura de um regaço, semelhante a um mergulho nas nuvens.
Sou mulher e sou mãe!! Obrigada Laura!! Que eu possa ser um espelho no qual você tenha o prazer de se olhar!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário