Primeiro resfriado!

     Meu amor!! Nasceste gaúcha, e com isso vais ter que encarar esse clima maluco daqui, no qual podemos ter as quatro estações num mesmo dia. E nessa terra que os termômetros variam de 0° a 40°C, quando não chegam a temperaturas negativas no inverno. Tens dias que faz calor e frio!! E ai, tem que ter saúde para resistir!!
     Então, nessa saída custosa do verão e chegada anunciada do outono, tiveste a primeira febre alta, nariz congestionado, olhos lacrimejantes, vômitos e diarréia. O frio intenso (ainda estamos longe do inverno -estação) veio acompanhado de desconforto respiratório. Além de muita roupa também nos servimos de soro nasal e sugador.
     Foi um susto na mamãe! Febre sempre nos deixa em alerta. Essa foi a primeira noite em vigília. Brigeui contra meu sono para cuidar do teu. O teu choro me partiu o coração. Era um choro diferente daqueles das cólicas, era um horo doído; doía na mamãe também. O susto maior foi quando fizeste um vômito intenso que molhou toda a cama da mamãe; mesmo tentando manter a calma, me assustei. Pedi, naquele momento, pro Papai do Céu me dar serenidade: te mediquei, troquei tua roupa, a minha e a da cama. Sentei-me contigo recostada no meu peito. Assim ficamos até o dia amanhecer, quando conseguiste dormir um sono profundo.
     És guerreira, Laura, como a mamãe; não te entregas tão fácil assim. Fostes a terapia comigo, depois fomos até tua escola. Só tivemos que cancelar o exame marcado para hoje. A tarde a febre voltou  aumentar; sem dúvidas, voltai para o PABJ. Nesses momentos percebi que o papel de mãe é muito maior e diferente ao profissional.
     A equipe da Bonja (PA) nos foi muito atenciosa e carinhosa - SUS 100% legal. E a Dra. Ana Coutinho deixou a mamãe mais tranquila: pulmões limpinhos, ouvido sem problemas = resfriado + virose. Mamãe, então, escutou atentamente as orientações médicas, como mãe, não como profissional de saúde.
     Tu estás rouquinha, o choro sai com dificuldade, mas já não tens mais febre. E te cuido como quem cuida a própria vida. Dá um dó te ver chorar. Te acolho, então, em meus braços com vontade de sarar teus males e aliviar tua dorzinha. Tu que és forte e corajosa, mesmo com esse mau estar, ainda mantém a simpatia distribuindo sorrisos.